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Dor crônica: O que você precisa saber! / Entenda como seu corpo funciona.

Autor: Dr. Jorge Alfredo Léo e Karine Ferreira Santos Mendonça Data: 28/09/2018

DOR CRÔNICA:  O QUE VOCÊ PRECISA SABER!

 

Quem nunca teve um episódio de dor em algum momento da sua vida? Seja por um evento agudo, onde a dor aparece após um trauma, após uma cirurgia, ou mesmo decorrente de uma doença aguda, como uma isquemia que levou a um infarto agudo do miocárdio (IAM)? Ou aquela dor crônica que acomete o paciente por meses ou anos, um sinal que acompanha alguma doença crônica, como o Diabetes Mellitus (DM), a Fibromialgia, as osteoartroses, o Herpes Zoster, ou mesmo a enxaqueca? Saiba que você não está sozinho. Atualmente, as pesquisas científicas têm mostrado um aumento no número de pessoas acometidas por dor crônica. Estudos epidemiológicos, realizados nas últimas décadas, indicam a prevalência de dor crônica em nível mundial de 15% a 55% da população. Estudos realizados na Europa apontaram prevalência de dor crônica de até 19% entre os cidadãos europeus. No Brasil, não há estudos em nível nacional que mostrem a real magnitude dos pacientes acometidos por dor crônica. No entanto, pesquisas realizadas em serviços especializados em tratamento de dor em diferentes municípios têm mostrado que o acometimento da população por dor crônica, segue a tendência mundial. Estudo realizado em um serviço para tratamento da dor no município de São Paulo, indicou uma prevalência de 42% de dor crônica entre os pacientes atendidos, seguindo assim, o padrão observado em vários países do mundo. 


O QUE É DOR? 
A dor é definida pela IASP (Associação Internacional para o Estudo da Dor) como “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual real ou potencial, ou descrita em termos dessa lesão. (IASP, 1994)”.Nesta definição, fica implícito que a dor deve ser entendida sob dois aspectos: o componente sensorial discriminativo, relacionado com as estruturas do sistema nervoso que traduzem o estimulo nocivo em termos de localização, intensidade, duração e padrão temporal da dor; e o componente emocional afetivo cognitivo, relacionado à reação emocional do paciente frente a dor, decorrente da percepção, ou seja, da integração do estimulo doloroso com as áreas do córtex cerebral e o sistema límbico, o sistema relacionado às nossas emoções.

 

DOR AGUDA E DOR CRÔNICA

Como vimos no início do artigo, a dor aguda decorre principalmente de traumas, estágios iniciais de doenças ou após cirurgias. Este tipo de dor tem como principal função, servir como alerta e preservar a integridade do organismo. Geralmente está associada à uma lesão tecidual e desaparece com a resolução do processo patológico. A dor crônica, por outro lado, é a dor que perdura por mais de 6 semanas e persiste acima de 3 meses, relacionase com dano tecidual prolongado e geralmente está associada a lesões do sistema nervoso, e leva a alterações nas vias nociceptivas (neuroplasticidade). A dor aqui, não tem mais a função de alerta, e acaba tornando-se uma entidade própria.

 

TRATAMENTO DA DOR

A abordagem mais moderna no tratamento da dor, consiste na abordagem multidisciplinar centrada no paciente, considerando sua família e contexto social, e que agrega diferentes profissionais da área da saúde, visando melhorar a qualidade de vida do paciente. Médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos, entre outros, contribuem, cada qual na sua especialidade, com terapias farmacológicas (medicamentos) e não farmacológicas para que a intensidade e frequência dos eventos dolorosos sejam reduzidos ao máximo, contribuindo assim para a independência e melhora da qualidade de vida, permitindo ao paciente, possibilidades de lazer, integração social e cidadania plena.

 

REFERÊNCIAS Posso, I. P. et al. Tratado de Dor. Publicação da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED). Rio de Janeiro. Editora Atheneu, 2017



Dr. Jorge Alfredo Léo
Médico CRM-MG 72603

 

 

O SEU CORPO MERECE TODA A SUA ATENÇÃO, CONTINUE A LEITURA PARA SABER MAIS! 

Entenda como o seu corpo funciona! 


O corpo é um sistema único – a parte física e a emocional estão associadas uma da outra, sendo assim, a dor física possui componentes biológicos e psicológicos. A dor funciona como um mecanismo do corpo para passar uma mensagem que algo não vai bem e a sua origem pode ser diversas, mas, uma delas pode ser emocional. A psicologia da dor é a interpretação ou o significado que damos ao sinal de dor, o discurso interno e crenças internas sobre o assunto, que, em seguida, dirige as nossas reações emocionais.

As mudanças nas diversas áreas da vida, como trabalho, família, casamento, dentre outros, pode causar uma tensão emocional e consequentemente provocar dores. As dores podem levar a ganhos secundários que se dão de modo inconsciente, por exemplo, ao ficar doente receberá atenção e mimo das pessoas ao redor, ou não terá que assumir responsabilidades e trabalhar.

A dor tem que ser devidamente avaliada para que o tratamento possa ser adequado à cada quadro. O tratamento das dores emocionais pode ser: multidisciplinar (médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionista, etc); atividade física, psicoterapia e dependendo do caso até um tratamento medicamentoso. A psicoterapia em Análise transacional como uma das formas de tratamento das dores emocionais tem como objetivo através dos seus conceitos, promover o autoconhecimento, autonomia, tomada de consciência e espontaneidade do cliente que permitirá a compreensão dos comportamentos, pensamentos, comunicação e sentimentos.

 

Karine Ferreira Santos Mendonça - 
CRP 04/48891