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A Reeducação Postural Global nas questões físicas e emocionais

Autor: Data: 26/04/2018

O foco na Reeducação Postural Global (RPG) melhora a mecânica do corpo, otimiza a respiração, a circulação sanguínea, a amplitude da visão e, consequentemente, pode influenciar na forma de como nos comportamos diante das situações.

A maneira como se posiciona o corpo humano pode ser resultado das vivências físicas e emocionais de cada indivíduo. Se sentimos dor, tentamos proteger a região e poupar movimentos que nos façam sentir mais. Assim, também, temos uma resposta postural para nossas emoções (alegria, euforia, satisfação, tristeza, medo, agressividade, entre outras).

Desta forma, podemos dizer que as questões físicas e emocionais podem influenciar na postura corporal e o posicionamento do corpo também influencia nas emoções e sensações físicas.

Faça uma postura com o tronco curvado para frente, os ombros e a cabeça para baixo. Qual é a sensação? Como fica a autoestima?

Agora, experimente erguer a cabeça, estufar o peito e respirar fundo. Como você se sente?

Outro exemplo é quando sentimos uma dor no joelho. Automaticamente modificamos a forma de apoio dos pés e distribuição do peso do corpo, trazendo como resultado uma postura adaptada e compensatória de toda a estrutura corporal. Da mesma forma, uma modificação do posicionamento corporal pode trazer alguns tipos de dores e desconfortos.

Sistema respiratório e a intervenção da RPG

A entrada e saída de ar dos pulmões ocorre por dois mecanismos: pela ação das musculaturas inspiratória e expiratória, e pelo sistema de complacência do tecido pulmonar (retorno elástico dos tecidos que participam do sistema respiratório). Ambos os sistemas trabalham exclusivamente com a mudança das pressões intratorácica e intra-abdominal. Sem essa mudança de pressão, não haveria troca gasosa, fluxo aéreo adequado para limpeza dos brônquios e o mecanismo de limpeza pulmonar ficaria sobrecarregado, gerando um acúmulo de secreções pulmonares.

As doenças respiratórias que mais acometem as crianças e geram um desequilíbrio muscular e de complacência são:

  • Asma;
  • Bronquite;
  • Bronquiolite;
  • Fibrose Cística;
  • Gripe Comum;
  • Pneumonia.

Essas doenças podem provocar uma inflamação e, consequentemente, uma cicatrização inadequada do tecido pulmonar. No processo de cicatrização, geralmente é substituído o tecido original por tecido colágeno, o que causa a redução da elasticidade do pulmão no momento da expiração. É nessa fase que aparecem as atelectasias (fechamento dos alvéolos) e ocorre o shunt alveolar (perda da área de troca gasosa).

Qualquer forma de desequilíbrio muscular poderá fazer com que diminua a entrada de ar geral ou em algum lugar específico dos pulmões. A musculatura respiratória é indispensável na entrada do ar. Podemos citar dois grupos musculares principais: o diafragma, que é responsável por aproximadamente 80% da entrada desse ar, e a musculatura respiratória acessória, responsável por aproximadamente 20%.

Essa intervenção fisioterapêutica pode ser um acelerador na melhora da criança e um mecanismo de bem-estar no decorrer do tratamento, ajudando a criança a se alimentar melhor, dormir melhor e se recuperar de forma mais rápida.