Autor: Renata Aparecida Basto Santos Data: 23/11/2017
Cada vez mais se tornam recorrentes em nossa sociedade pressões para que as pessoas sigam determinados modelos de corpos, comportamentos e atitudes veiculados pela mídia. Nesse texto, irei ater-me ao viés da corporeidade e de como essa cobrança em relação a ter um corpo perfeito tem provocado processos de adoecimento psíquicos em muitas mulheres que almejam um modelo ideal de corpo.
O mito do corpo perfeito permeia a nossa sociedade já há bastante tempo e o que fica subentendido a partir de tal mito é que o corpo perfeito e ideal possui as características de ser magro, esbelto e atlético. Basta olhar algumas capas de revista para identificar esse padrão do qual eu falo aqui. Vale pontuar que, neste contexto, mito diz respeito a um conjunto de concepções, muitas vezes equivocadas, sobre determinado tema.
Um aspecto que vale a pena ser levantado sobre tal tema é que ao longo dos anos e de acordo com cada cultura, foram sendo estabelecidos padrões de beleza diferentes e variáveis. O que percebe-se hoje em dia é que os modelos têm se tornado cada vez mais restritivos, não contemplando na maioria das vezes, a diversidade de corpos existentes e as diversas maneiras de olhar para esses corpos, gerando assim uma série de transtornos a quem foge à regra.
O que pretendo chamar atenção com esse texto é para o fato de que através do mito do corpo perfeito, muitas mulheres têm se mutilado, se submetido a cirurgias estéticas, a dietas sem orientação e a várias horas de atividades físicas até mesmo sem supervisão profissional em busca de um corpo que é ideal.
É importante frisar também que a beleza não tem sido contemplada em sua diversidade, visto que cada mulher possui um corpo e que deve haver um incentivo maior para que as mulheres gostem de si como são, pois esses corpos possuem um enorme potencial em termos de autoestima, de prazer e de como essa mulher se coloca no mundo. O mito do corpo perfeito assombra muitas mulheres desde a infância até a terceira idade, o convite aqui é para que haja vivências mais livres e positivas da própria corporeidade, sem tanta coerção, julgamento e deveres.
Renata Aparecida Basto Santos
Psicóloga
CRP 04/40002
Referência
FURLANI, Jimena. Mitos e Tabus da Sexualidade Humana – Subsídios ao trabalho em Educação Sexual. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.